Eu sou o amanhecer sem sol
Eu sou o amanhecer sem sol
a ave que nunca aprendeu a voar
a carne pútrida, que nem o verme quis habitar
Eu sou a cadeira que sobrou vazia na platéia lotada.
Não sou eu mesmo, nem outro, não sou nada.
Os sorrisos se foram aos pares, em revoada de par em par
E, eu só brindo em companhia da solidão.
São noites eternas, sem histórias, gargalhadas, são cadeiras vazias, não há brindes efusivos, novidades, confissões, não há mais nada , sem esperas, nem demoras, nem chegadas.
Há vazio, mais bebida na garrafa, mais espaço no cinzeiro
Os meus jasmins secaram na janela
Não há mais lágrimas, não há nada.
Nesse mundo que não é ímpar
Sou o nevoeiro sem destino na madrugada.
E sozinho ando por aí, feito alma penada.
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